Kasho, o melhor em zuda


Introdução.

Era Kasho um verdadeiro prodígio. Inteligente de nascença, o menino Kasho orientava tão bem os outros, que mesmo os adultos ficavam admirados.

Deixando a vida secular, tornou-se discípulo de Sakyamuni.  Exercitou tanto o corpo como o espírito a ponto de observar rigidamente “prática de Zuda”, que consistia em abster-se de qualquer desejo pela vestimenta, alimentos e habitação.  Finalmente ele se tornou um dos dez principais discípulos de Sakyamuni, consagrando-se como “Kasho, o melhor em Zuda”.

No capítulo VI, Juki-bon, da Sutra de Lótus, foi-lhe garantida a Iluminação na existência futura sob o título de Buda Komyo. Após o falecimento de Sakyamuni, foi o primeiro dos “Fuhozo”, os vinte e quatro bonzos que propagaram o Budismo nos primeiros mil anos a partir da morte de Sakyamuni, e dedicou-se por vinte anos na difusão do Ensino Hinayana.

Hoje em dia, na era de Mappo, não mais é necessário observar “prática de Zuda”. Basta que nos devotemos na prática de “Jigyo-Keta” com a fé no Gohonzon para desfrutarmos os benefícios ainda maiores que aqueles conseguidos na época de Sakyamuni com a observância rigorosa de todos os exercícios preceituados.


 Havia na Índia um brâmane famoso, mais rico do que o próprio rei.  Como filho desse brâmane, nasceu Kasho.  Quando ele cresceu, o pai e a mãe disseram-lhe que se casasse quanto antes com uma bela moça.  Entretanto – “Eu quero servir ao Buda e estudar o Budismo”, assim dizia Kasho, negando-se a casar.  Mas os pais continuaram insistindo que ele se casasse.  Não tendo mais meios, Kasho mandou esculpir a imagem de uma mulher com uma beleza tal que não fosse possível encontrá-la neste mundo.  E disse aos pais: “Se é que tenho de me casar, peço que me procure  uma moça ainda mais linda que esta.”

 E então... Os pais ficaram totalmente desapontados.  Mas apesar de tudo, conseguiram finalmente encontrar uma moça, esplendorosa de tanta beleza, e trouxeram-na a Kasho como sua noiva.  Milagroso foi que a noiva desejava que Kasho fosse servir ao Buda.

 Casaram-se... E se foram doze anos.  Tanto o pai como a mãe já não mais viviam.

 Kasho e sua esposa decidiram realizar o desejo de há muitos anos.  E juntaram-se mutuamente: “Vamos servir eternamente ao Buda.”

Kasho doou todo o tesouro que possuía aos outros.  E saiu ao exercício da prática budista, vestido de uma batina da melhor qualidade.  Era o dia em que Sakyamuni estava pregando o Budismo aos discípulos num local conhecido por Tikurin-Shoja, perto de Oshajo.  Tendo o conhecimento desse fato, Kasho apresentou-se ao local onde se encontrava Sakyamuni a fim de se tornar seu discípulo.  Perto de Oshajo, encontrou Sakyamuni, que estava pregando o ensino debaixo de uma grande árvore.  Kasho murmurou consigo: “Eis o Buda que eu procurava.”  Diante do aspecto esplendoroso de Sakyamuni, Kasho uniu suas mãos numa atitude de profunda veneração.  E então, sucedeu uma cena comovente em que se firmou o juramento de mestre-e-discípulo.  Já discípulo de Sakyamuni, Kasho ofereceu sua própria batina, a da melhor qualidade, com que vestia seu corpo ao Buda.

E vestido agora de uma batina feita de trapos, devotou-se única e inteiramente na “prática de Zuda”.  Até que se tornou um dos dez principais discípulos de Sakyamuni, Kasho propagara o budismo através de exercícios intensamente árduos.  Por este mérito, Sakyamuni denominou-o de “o melhor em Zuda”.  No caítulo VI, Juki-bon, da Sutra de Lótus, Sakyamuni concedeu a Kasho o grau de Buda Komyo.  Mais tarde, numa localidade chamada Guion-Shoja, Kasho, e mais Anan, um outro discípulo, herdaram os ensinos que foram outorgados por Sakyamuni.  Kasho intensificou ainda mais a sua devoção em propagar o Budismo através de muitos países.    Encontrava-se no país de Takushanaguiri, propagando o Budismo, quando Kasho recebeu a notícia do falecimento de Sakyamuni.  A tristeza imensa encheu sua alma.  Às pressas, retornou-se, com os quinhentos discípulos, ao Castelo Kushina onde Sakyamuni vivera.  Chegando, celebrou um funeral solene.   Nessa ocasião , Kasho e os demais juntaram-se:  “Para transmitir à posteridade os ensinos do Buda Sakyamuni, compilemos seus escritos.”          Convocando os quinhentos bonzos, Kasho levou a efeito, sob a proteção do rei Ajasse, a primeira compilação das sutras, numa grande caverna situada ao sul de Oshajo, no país de Makada. Kasho, que empreendeu tão grandiosa obra, cumpriu condignamente a sua missão como o primeiro dos “Fuhozo”, os vinte e quatro bonzos sucessivamente indicados para herdar e transmitir o Ensino, propagando o Budismo nos vinte anos que se seguiram ao falecimento de Sakyamuni.  Indicando Anan como seu sucessor, Kasho terminou sua vida fecunda no Monte Keisoku.  

Preciosa colaboração de Eliana Romero giorkas@ig.com.br 
Referências  bibliográficas


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