A Sabedoria do Sutra de Lótus
"Propagando a Lei Mística com alegria" (BS 1527)
Alcançar a verdadeira democracia

linazul1t.jpg (2582 bytes)

Pres. Ikeda: (...) A propagação da filosofia de Nitiren Daishonin continua à medida que cada pessoa torna-se inabalavelmente feliz. Esse é o caminho que trilhamos entoando as canções da Gakkai.

Durante anos, em tempos de dificuldades e de luta e derramando lágrimas amargas, reanimamos nosso espírito diversas vezes ao entoar as canções da Gakkai. A notável missão de propagar a Lei Mística que nossos pioneiros realizaram com tenazes esforços poderia muito bem ser chamada de o milagre do século XXI.

O caminho do imponente avanço

Saito: Para muitos membros da Soka Gakkai, a canção Ifu Dodo no Uta (Canção do Imponente Avanço) é repleta de muitas memórias, o que demonstra como foi amplamente divulgada em todo o país.

Endo: Alguns dizem que ela é o maior sucesso do pós-guerra.

Suda: Presidente Ikeda, certa ocasião o senhor comentou sobre a pessoa que escreveu essa letra, Yukie Ohashi, declarando que essa canção havia sido criada em meio à árduas circunstâncias e como resultado do espírito determinado dos membros de Quioto de avançar. O senhor também a descreveu como um maravilhoso episódio da história do movimento pelo Kossen-rufu.

Desde que o senhor Ohashi faleceu, perguntei a várias pessoas de Quioto sobre ele. Ele teria escrito a canção entre 1955 e 1956, pouco após se converter ao Budismo de Nitiren Daishonin. O Sr. Ohashi administrava uma loja de venda de guarda-chuvas por atacado, mas a falência de um sócio ocasionou-lhe uma enorme dívida, tornando sua vida num martírio. Foi nessa época que ele conheceu o budismo.

A pessoa que o apresentou ao Budismo de Nitiren Daishonin disse-lhe que essa fé é realmente maravilhosa, e incentivou-o a experimentá-la por três meses. Esse amigo garantiu ao Sr. Ohashi que ele certamente teria resultados, prometendo-lhe que cortaria a própria cabeça se isso não acontecesse.

"Eu não quero a sua cabeça", respondeu o Sr. Ohashi, "eu preciso de dinheiro".

"De quanto o senhor precisa?"

"Trinta mil ienes", disse ele. Essa era a quantia que o sócio lhe devia.

A pessoa lhe respondeu: "compreendi. O senhor conseguirá pagar sua dívida. A única condição é que deve recitar o Gongyo sem falhar um único dia e participar das reuniões de palestra durante três meses. E ainda terá de contar a outros sobre sua prática.

Endo: que convicção ! Uma grande convicção é a essência da propagação budista.

Suda: Então , durante três meses o Sr. Ohashi juntou-se a seu amigo para partilhar o ensino de Daishonin com outros. Antes que esse período terminasse, o sócio, que estava sumido, apareceu e devolveu-lhe os trinta mil ienes. Tendo adquirido convicção na fé por meio dessa experiência, o Sr Ohashi apresentou o budismo a mais e mais pessoas.

Nessa época, havia um movimento entre as comunidades da organização de criar suas próprias canções. A Área Quioto ainda não tinha uma canção, o que fazia os membros sentirem-se em desvantagem. Quando o Sr. Ohashi lembrou desse fato a um dos dirigentes, este lhe entregou um lápis e um papel e sugeriu-lhe que ele fosse em frente e escrevesse uma canção.

O Sr. Ohashi não tinha experiência em compor nem em escrever uma canção, mas possuía paixão. Numa pequena mesa em sua loja, ele refletiu longamente sobre a questão. Tão logo escolheu como tema "imponente avanço", foi como se o lápis começasse a se mover por si só e as palavras da canção começaram a fluir. "Mesmo que agora me encontre abatido, uma vez que integro a marcha do Kossen-rufu, levanto-me com indomável coragem." Ele também compôs a melodia por tentativa e erro. A canção mudava um pouco toda vez que era entoada e passaram-se vários meses antes de chegar à versão final. Um dos versos diz:

"Nesse mundo maculado
e maligno
Nós, da Gakkai, avançamos
Não nos importando com quem se
Oponha no caminho.

Com essa dignidade
Manifestemos nossa fé
E avancemos imponentes.
Essa é a nossa convicção."

Nessa época, não havia gravadores portáteis. As pessoas ouviam a canção, memorizavam-na e logo a transmitiam de pessoa a pessoa. Quando o Distrito Quioto foi fundado, a canção passou a representá-lo e seus membros, entoando-a com orgulho e vigor, partiram para torná-lo o primeiro no movimento de propagação em toda a Nação. Isso elevou o entusiasmo dos membros em toda a nação.

Pres. Ikeda: Eu também ouvi essa canção em Quioto. Ela é maravilhosa e ver os membros de Quioto hastear ao alto a "bandeira da Lei" na cidade que foi a antiga capital do Japão por mil anos enquanto entoavam essa canção foi mais maravilhoso ainda. Imediatamente, pensei em torná-la uma canção para todos os membros do Japão.

Suda: Esse episódio ainda é fonte de orgulho para os membros de Quioto. O senhor propôs que a canção fosse apresentada a todos os membros. Originalmente, o terceiro verso começava com "olhem a pacífica terra do Japão onde vivemos". O senhor sugeriu que fosse mudado para "olhem o paraíso do Japão onde vivemos". Todos ficaram inspirados por sua proposta e , após isso, a canção espalhou-se por todo o país num instante.

Nesse meio tempo, o Sr. Ohashi viu suas circunstâncias mudarem radicalmente para melhor. Ele abriu um outro negócio e prosperou. E nunca mais passou por privações. Posteriormente, ele se mudou para uma residência que as pessoas chamavam de "Palácio de Ohashi" e viajava freqüentemente para o exterior.

Quando o senhor apresentou o relato de Ohashi numa reunião em Quioto (em 1989), ele estava no hospital com câncer em estágio avançado. Imediatamente após isso, um dirigente o visitou no hospital para contar-lhe sobre a reunião. Ele ouviu sobre o que o senhor dissera com grande satisfação. Pouco depois, tendo completado sua missão, faleceu serenamente aos 69 anos.

As pessoas consideravam o Sr. Ohashi como um "mestre do diálogo" e um especialista em dar orientações individuais. Dizem que mesmo aqueles que ninguém mais conseguia incentivar ouviam com atenção ao que o Sr. Ohashi tinha a dizer.

Pouco antes de falecer, o Sr. Ohashi disse a alguém que havia ido visitá-lo o hospital: "Há mais coisas que eu gostaria de fazer."

"E há mais lugares no mundo que o Sr. gostaria de conhecer?", perguntou essa pessoa.

"Não, eu gostaria de fazer mais visitas aos membros", disse ele, "eu gostaria novamente de realizar atividades com todos."

Parece-me que o Sr. Ohashi foi um genuíno "defensor das pessoas", fiel às suas palavras contidas em Ifu Dodo no Uta.


Preciosa Colaboração de Marcio Rangel e-mail  ongakutai@ig.com.br, Taiyo Ongakutai Sul Paraná
indice.jpg (3687 bytes)

As Mais Belas Histórias Budistas
http://www.maisbelashistoriasbudistas.com  e-mail: contato@maisbelashistoriasbudistas.com