Nova Revolução Humana - Alegria 2

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As forças do general Franco venceram a guerra civil espanhola e iniciou-se um longo governo ditatorial.

Picasso repugnava Franco e seu regime autoritário. Ele permaneceu em Paris mesmo quando essa capital caiu sob o domínio nazista. Não se retirou também de Paris apesar de ter sido proibida a exibição de suas obras.

Em suas veias pulsava certamente o ardente sangue humanista.

Outro espanhol, o grande músico Pablo Casals (1876 - 1973), lutou também contra a ditadura de Franco e o domínio nazista. Nasceu em dezembro de 1876, na cidade de Vendrell, perto de Barcelona, Casals foi violoncelista que mostrou talento desde pequeno, obtendo fama internacional ainda jovem.

Centralizando suas atividades de músico em Paris, percorreu a Europa e os Estados Unidos promovendo concertos e recitais.

Ao mesmo tempo, formou uma orquestra em Barcelona atuando também como regente. Contudo, ele se desenvolveu na turbulência da revolta conduzida pelo general Franco.

Por ser ardente patriota e republicano, recusou-se a viver sob a ditadura e exilou-se na França. Contudo, o amor pela pátria levou-o a morar em Prades, uma pequena cidade no sul da França ao sopé dos Pirineus, não muito longe de sua terra natal.

Logo depois eclodiu a Segunda Guerra Mundial e Casals continuou em sua resoluta oposição contra o governo de Franco, combatendo também os fascistas alemães e italianos que o apoiavam. Os nazistas o ameaçaram tentando suborná-lo, mas ele manteve-se firma em suas convicções e ajudou os refugiados da Espanha fascista.

Ele afirmou: "Não sou político, sou simplesmente um artista. Mas a questão é definir a arte como um passatempo fora do contexto da vida diária dos homens, ou como um meio para preservar o significado original da existência humana. A política não é tarefa dos artistas, mas, na minha opinião, temos a obrigação de tomar uma clara posição, qualquer que seja o sacrifício que isso acarrete, se a dignidade do homem estiver em jogo.". Era uma revelação veemente de sua missão e orgulho como um ser humano.

Quando a guerra terminou e a paz voltou a reinar na França, muitos músicos foram a Prades estudar com Casals.

Em junho de 1950, ele organizou um festival de música para incentivar os jovens artistas. Foi o início do Festival de Prades, que mais tarde tornou-se conhecido em todo o mundo.

 

Nova Revolução Humana - Alegria 3

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Casals foi convidado a dar um concerto no dia 24 de outubro de 1958 para festejar o dia das Nações Unidas em sua sede em Nova York. Nessa oportunidade, inseriu uma mensagem de paz no programa do concerto. Era uma mensagem em que Casals externava do fundo de sua alma o brado pela paz e a erradicação das armas nucleares. Nela, ele se referiu à missão da música e apresentou a seguinte proposta: "A música - maravilhosa linguagem universal que todos compreendem - deve contribuir de tal forma a aproximar os seres humanos. Por isso, faço um apelo a todos os músicos, especialmente aos meus companheiros, para pedir-lhes que ponham a pureza de sua arte a servico da humanidade para criar relações fraternas e iluminadas entre os homens do mundo inteiro. A Ode à Alegria de Beethoven, da Nona Sinfonia, tornou-se símbolo do amor à humanidade. Proponho, portanto, que todas as cidades que tenham uma orquestra e um coral participem da execução da Ode à Alegria num mesmo dia, transmitindo esse evento para todos os recantos do mundo pela rádio e televisão até às mais pequenas comunidades como uma oração pela paz que tanto almejamos.".

Casals propôs a união da humanidade em busca da paz através da Ode à Alegria de Beethoven.

Os dois grande mestres da arte, que compartilham o mesmo nome, Pablo Picasso e Pablo Casals, foram contemporâneos, viveram em uma era de caos e morreram ambos em 1973.

Shin-iti sentia profunda emoção no modo de vida desses dois grandes homens, cujos nomes resplandecem na história moderna da Espanha. Ambos mantiveram um espírito imbatível capaz de resistir ao mal e defender a paz e o humanismo com o coração impregnado de justiça.

Shin-iti pensou: "Com certeza, surgirão neste país inúmeros Bodhisattvas da Terra a herdar o legado desses grandes homens e dar prosseguimento à luta pela paz com muita paixão. Eles haverão de suportar todas as provações e superar todos os obstáculos a fim de construir uma terra de paz hasteando a bandeira da vitória do povo.".

Shin-iti não saberia prever quando isso ocorreria. Mas estava seguro de que, no descortinar do século XXI, a sinfonia de felicidade e de júbilo executada pelos companheiros surgidos da Terra ecoaria por todos os recantos da Espanha.

Ele orou em silêncio: "Que surjam os Picassos e Casals da Lei Mística!".

E bradou para os companheiros da Espanha que ainda iriam surgir no futuro: "Que abram as portas do novo século! Esforcem-se ao máximo e não sejam derrotados!".

 


Preciosa Colaboração de Marcio Rangel e-mail  ongakutai@ig.com.br, Taiyo Ongakutai Sul Paraná
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