Princípios
Ele
procurou pela garota cujo coração ele conhecia mas o rosto não; a garota com
a rosa. Tirando um livro da prateleira, ele se pegou intrigado, não com as palavras do livro, mas com as notas feitas à lápis nas margens. A escrita suave refletia uma alma profunda e uma mente cheia de brilho. Na frente do livro, ele descobriu o nome do primeiro proprietário: Srta. Hollis Maynell. Com tempo e esforço, ele localizou seu endereço. Ela vivia na cidade de Nova York. Ele escreveu a ela uma carta, apresentando-se e convidando-a a corresponder-se com ele. Na semana seguinte ele embarcou em um navio para servir na II Guerra. Durante o ano seguinte, mês a mês eles desenvolveram o conhecimento um do outro através de suas cartas. Cada carta era uma semente caindo num coração fértil. Um romance de companheirismo. Blanchard pediu uma fotografia, mas ela recusou. Ela sentia que se ele realmente se importasse com eles, não importaria como ela era, ou sua aparência. Quando finalmente chegou o dia em que ele retornou da Europa, eles marcaram seu primeiro encontro - 7:00 da noite na Grand Central Station. "Você me reconhecerá" ela escreveu, "pela rosa vermelha que estarei usando na lapela". Então,
às 7:00 ele estava na estação, procurando pôr uma garota cujo coração ele
amava, mas cuja face ele nunca havia visto. Vou deixar o Sr. Blanchard
dizer-lhes o que aconteceu: Seus cabelos loiros caíam atrás de suas delicadas orelhas, seus olhos eram azuis como flores. Seus lábios e queixos tinham uma firmeza delicada e seu traje verde pálido era como se a primavera tivesse chegado. Eu
me dirigi a ela, inteiramente esquecido de perceber que ela não estava usando
uma rosa. Como eu me movi em sua direção, um pequeno e provocativo sorriso
curvou seus lábios." Ela estava parada quase que exatamente atras da garota. Uma mulher já passada dos 50 anos, ela tinha seus cabelos grisalhos enrolados num coque sob um chapéu gasto. Ela era mais que gorducha, seus pés compactos confiavam em sapatos de saltos baixos. A garota de verde seguiu seu caminho rapidamente. Eu
me senti como se tivesse sido dividido em dois, tão forte era meu desejo de
seguí-la e tão profundo era o desejo por aquela mulher cujo espírito
verdadeiramente me acompanhara e me sustentara através de todas as minhas
atribulações. E então ela parou, sua face pálida e gorducha era delicada e
sensível, seus olhos cinzas tinham um calor e simpatia cintilantes. O
rosto da mulher abriu-se num tolerante sorriso: "Eu não sei o que está
acontecendo", ela respondeu. "Aquela jovem de vestido verde que acabou
de passar me pediu para colocar esta rosa no casaco. E ela disse que se você me
convidasse para jantar, eu deveria lhe dizer que ela esta esperando por você no
restaurante da esquina. E ela disse que isso era um tipo de teste!"
Preciosa Colaboração de Eliana Romero giorkas@ig.com.br |
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