Meu nome é Tereza Harumi
Yamanaka e pratico o budismo de Nitiren desde o Brasil. No mês de julho de
2000, separada de meu marido, mudei para um novo apartamento junto com os meus
três filhos. Até então, morava com o meu ex-marido, a ex-sogra, avó e o
irmão dele. A desarmonia era uma constante e os familiares do meu ex-marido
me criticavam todos os dias. Algumas vezes, era devido a minha pronúncia
incorreta do japonês; outras, devido a minha forma de arrumar a casa; ou
seja, sempre havia um motivo para críticas. Apesar disto, fazia todos os
afazeres da casa sozinha, ao mesmo tempo que cuidava dos meus filhos, sendo a
menor com apenas 1 ano de idade. Tinha sempre em mente que precisava me
esforçar para conquistar a confiança dos familiares do meu ex-marido.
Para a minha surpresa, ele
pediu a separação. Sentindo-me sufocada por toda esta situação, aceitei
sob a condição de manter a guarda dos meus filhos e receber a pensão
merecida por lei. Apesar dele ter aceito estas condições, logo após a minha
mudança, ele começou a negligenciar a pensão para os filhos.
Nesta época, mudei de
comunidade dentro da organização japonesa e a responsável de bloco, sra.
Ito, vendo o meu sofrimento, incentivou-me a buscar uma orientação com os
líderes veteranos. Certo dia, a sra. Takada, que reside perto do meu
apartamento, veio me comunicar que havia encontrado com um membro brasileiro e
no mês de outubro, pude ir até a sede da SGI, em Shinanomachi, onde soube da
existência do grupo Esperança.
Logo, entrei em contato com os
responsáveis da província de Kanagawa, sr. e sra. Oishi, e através destes
novos incentivos, decidi a recitar uma hora de daimoku diário e participar
nas reuniões da minha localidade. Com muita alegria, participei na Primeira
Convenção dos Membros da BSGI no Japão, e senti estar na minha terra natal.
A sra.Ito, que foi junto comigo, ficou bastante comovida e sentiu a razão do
presidente Ikeda elogiar os membros brasileiros como exemplos do kossen-rufu
mundial.
No dia seguinte, o meu
ex-marido deu a entrada no processo de divórcio. Recitando o daimoku, não
pude evitar as minhas lágrimas, mas, logo em seguida, a minha filha caçula
veio ao meu lado e sorrindo me deu um abraço. Neste momento, refleti sobre a
minha postura e decidi lutar pelos meus filhos e transformar o meu carma.
Nas escrituras de Nitiren
consta a seguinte passagem: "Eu e meus discípulos, mesmo que ocorram
vários obstáculos, desde que não se crie dúvida no coração, atingiremos
naturalmente o estado de Buda. Não duvidem dos benefícios do Sutra de Lótus,
mesmo que haja proteção dos céus. Não lamentem a ausência de segurança e
tranqüilidade na vida presente. Embora tenha ensinado dia e noite a meus
discípulos, todos, criando a dúvida abandonaram a fé. O que é costumeiro
no tolo é esquecer nas horas cruciais o que prometera nas horas
normais".
Alguns dias depois, dialoguei
com o responsável da província de Kanagawa, sr. Miura, que incentivou-me em
três pontos: de renovar o meu espírito no meu gongyo e daimoku; de
transformar o ódio pelas pessoas que me magoaram em benevolência, pois estas
pessoas não estão conseguindo romper as barreiras do carma e por último, de
tomar todas as atitudes legais sobre a pensão dos meus filhos em prol da
segurança deles no futuro.
Em uma passagem o presidente
Ikeda incentiva as mulheres dizendo: "As senhoras não devem chorar como
antigamente, é preciso ser forte e sempre avançar". Assim, consegui com
que o meu ex-marido conseguisse cumprir o pagamento da pensão dos nossos
filhos, deixar o ódio de lado e aprimorar na minha prática da fé. Hoje,
posso dizer que consegui dar um grande passo em minha vida, e embora esteja
ciente da existência de novos obstáculos, tenho a convicção de que com a
prática budista irei enfrentá-los e vencê-los. Não posso de deixar de
agradecer a toda a família Soka, brasileiros e japoneses, que me incentivaram
durante toda esta jornada. Muito obrigada.
Preciosa Colaboração de
Charles Tetsuo Chigusa
chigusacharles@hotmail.com Tóquio - Japão