Apesar de ter nascido numa
família de classe média e estudado em boas escolas, enfrentei dificuldades de
relacionamento com minha família e com outras pessoas também. Fui uma criança
tímida, que nem respondia a chamada no colégio. Acreditava que era um monte de
coisas ruins, que não tinha nenhuma qualidade, nenhum talento (pessoas de
minha família me diziam isso muitas vezes). Até pouco tempo atrás, queriam
controlar tudo que eu fazia só porque pagavam minhas contas.
Já morando
em Uberlândia, uma vizinha convidou a mim e a minha mãe para ir numa reunião
budista. Fui por curiosidade. Naquele momento eu não tinha uma religião mas
tinha meus valores. E o que foi dito na reunião combinava com esses valores.
Gostei. Mas não comecei a praticar de imediato. Isso foi no fim de 2001.
No início
de 2002, eu no último período de faculdade, enfrentei um problema com o grupo
com o qual eu fazia o projeto de conclusão de curso. De cara, a primeira
discordância: eu e um de meus colegas queríamos muito atender uma loja
pequena, mas que renderia idéias fantásticas, enquanto o resto do grupo
insistia em fazer campanha para uma empresa grande, uma fábrica de macarrão,
que tinha muita verba. Tudo bem. Vencidos pela maioria, aceitamos fazer o
trabalho sobre o macarrão. E essa não foi a única discordância. O resto do
grupo boicotava a mim e outro colega, e fazia os coordenadores crerem que nós
2 não fazíamos nada, usando de maledicências. Marcavam reuniões e não nos
avisavam; marcavam outras e, quando chegávamos, ninguém atendia a porta. Me
senti perdida, me vi tendo de repetir o semestre. No meio dessa confusão,
acendi uma vela em casa e recitei o Nam-Myoho-Rengue-Kyo. Pouco tempo depois,
eu já sabia como agir para os coordenadores do projeto perceberem a verdade e
agi pra melhorar minha situação. No fim do semestre, eu concluí meu curso e
fui elogiada até pelos professores mais críticos.
No final de junho de 2002
voltei a outra reunião budista. Comecei a freqüentar as reuniões, estudar mais
sobre o budismo e a por em prática o que aprendia. Isso só demorou tanto a
acontecer porquê eu estava morando longe da minha amiga e estava tendo pouco
contato com ela.
Descobri
como lidar com minha família, viver como quero; consegui levar minha avó em
uma reunião (onde ela percebeu que o budismo é algo bom), levei alguns amigos
a conhecerem esse maravilhoso budismo e consegui também ir a um evento que
queria muito (Festival de Gramado, em junho/2003)... Um chakubuku meu se
mostrou, recentemente, interessado em se converter. Recentemente meu irmão
começou a praticar também (depois que recebi o Gohonzon). Tudo isso, além de
outros benefícios mais relativos a meu próprio comportamento e modo de ver o
mundo me faz crer que não há oração sem resposta.
Em 19 de
outubro/2003, recebi o Gohonzon em São Paulo. Tive boa sorte de conseguir ir a
essa viagem e condições de comprar o oratório. Estou cada dia mais empenhada
na luta pelo Kossen Rufu e hoje vejo que felicidade não é só ter um carro, um
alto salário, um namorado lindo... Eu, no momento, não tenho nenhuma dessas 3
coisas mas afirmo a você que me lê nesse momento: Eu sou muito feliz. E tenho
certeza que o emprego, o namorado, o carro, e outras coisinhas do gênero
chegarão na hora certa. Tudo que consegui de bom em mais de um ano de prática
(que foram os principais benefícios de minha vida inteira) foi graças à
prática budista, que não penso em abandonar. Só em propagar.
O
essencial é a gente nunca perder a fé na prática, nunca deixar de praticar ou
deixar a prática em segundo plano... E sempre ter objetivos a conquistar.
Vanessa Nunes
nycka_bloom@yahoo.com.br