Relato de Experiência
Rizalva Friedrichs
No Brasil eu
pensava que tudo era distante, mas não... Bom, aprendi que distância não
existe... Finalmente era uma nova situação, eu estava no Gongyo do Dia Primeiro
do Ano 2000, FNCC-Florida-USA. Com os meus objetivos para 1 e para 10 anos,
escritos em cartões dados lá mesmo...
Desde
pequena eu percebia e questionava a respeito de desigualdades humanas.
Perguntava-me por quê sofria e ainda era obrigada a seguir vivendo. Estudei em
colégio de freiras e dei aulas de catecismo cristão desejando que Deus fosse
mais justo comigo. Amava meu pai, mas descobri que era filha adotiva, foi
terrível!!! Minha mãe era bonita e eu era feia. Ser tímida e insegura era uma
pedra em meu caminho. Por quê eu sofria tanto se era uma pessoa tão boa?! (era o
que pensava). Assim, muitas questões eram como fantasmas em minha mente. O pior
é que o sentimento de rejeição era verdadeiro e constante. Um dia, perguntei a
um médico sobre as questões da vida e ele disse que eu tinha sintomas de
loucura, quase pirei. Mas continuei buscando esse entendimento. Promessas aos
santos, novenas e a fé que eu tinha em Deus me davam melhoras paliativas, ou
melhor, na medida que o tempo passava os problemas se acumulavam. Daí uma forte
instabilidade emocional transformou-se em depressão. O estado de desânimo,
insatisfação e sofrimento (qualquer coisa era motivo para sofrimento) às vezes
me levavam a pensar no suicídio, porque não fazia sentindo viver. Achava que se
tivesse uma família com marido e filhos seria feliz. Então conheci o pai dos
meus filhos. Aos 30 anos tive meu primeiro filho e depois mais dois. Mesmo tendo
uma família, assim como o psiquiatra me recomendou, não estava curada. Vivia na
condição de rejeitada, insegura e mau amada. Ter desfilado no Miss Pernambuco,
sempre ter amigos e um bom trabalho não eram suficientes para sentir-me segura e
livre de sofrimentos. Cheguei a sentir enxaqueca que nem 8 comprimidos por dia
faziam passar. Meu mundo se fechava e muitas vezes me sentia como se não fosse
gente. Sentia-me estranha. A existência de meus filhos era o que eu tinha de
valioso. Por eles pensava em mais uns anos de vida para terminar de criá-los.
Com amor e dedicação a eles, queria que crescessem seguros, independentes e
preparados para o mundo. Não media esforços buscando uma condição de vida
melhor. Queria que tivessem todas as oportunidades para desenvolver seus
potenciais.
Quando meu
casamento e minha vida estavam no limiar do sofrimento, conheci o Budismo de
Nitiren Daishonin. Pensei que Deus finalmente tinha atendido às minhas orações
de encontrar o caminho da felicidade pondo em minha vida uma filosofia na qual
encontrei entendimento e respostas que buscava. Quando Denise, a pessoa que me
ensinou o Nam-myoho-rengue-kyo, (em Natal-RN), disse que eu poderia transformar
minha vida e que poderia ter a vida que desejasse, não acreditei e nem poderia
imaginar tamanha grandeza. Mas tentei dizendo, “agora é tudo ou nada”. Comecei a
lançar objetivos e alcançá-los. Surpreendentemente eles até pareciam
coincidências. Comecei a participar das reuniões para saber o “por quê” das
evidências do Nam-myoho-rengue-kyo e também para entender “Deus“ na visão
budista. Não era confortável para mim o sentimento de traição a uma crença que
carregava por tantos anos. Primeiro sendo católica e depois por quase cinco anos
fui espírita kardecista, do grupo de orações, nos trabalhos de assistência aos
carentes e passista de cura. Era curioso e enfadonho, vivia em tratamento
espiritual. Sentia-me em estado de graça quando estava no centro ou quando fazia
o Evangelho em casa. Mas quando os problemas surgiam o “perdão e esquecimento”
não conseguiam “andar juntos“.
Bom, quanto
mais eu orava Nam-myoho-rengue-kyo mais eu tinha benefícios e quanto mais
benefícios tinha mais sentia gratidão por essa prática. Determinei ser um grande
valor para o Kossen-rufu (viver em função da paz mundial) e ajudar sem distinção
cada pessoa que precisasse de mim. Não é difícil para mim entender qualquer
situação porque minhas experiências vividas abrangem muitos diferentes aspectos.
Faço muitos chakubukus, porque estão bem claras em minha vida as transformações
com base no budismo. As palavras ditas por Nitikan Shonin: ”Se acreditar neste
Gohonzon e recitar Nam-myoho-rengue-kyo, não haverá oração sem resposta, nem
pecado imperdoável. Toda fortuna será concedida e toda justiça será provada.”,
passaram a fazer parte das minhas orações diárias com convicção. Tive momentos
fortes de perseguições e difamações gerados pelos sentimentos mais mesquinhos de
um ser humano. Mas também entendi que o meu ambiente era reflexo de minha
pessoa. Enquanto passava por isso, achava que tinha encontrado a verdadeira
conduta e pensava que poderia modificar as pessoas sem antes modificar a mim
mesma. Ou, por minha pratica ser verdadeira, era inevitável situações que se
fizeram como oportunidades para me fortalecer. Recorria aos ensinos que diziam,
“Sofra o que tiver de sofrer. Desfrute o que existe para ser desfrutado.
Considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida e continue orando
o Nam-myoho-rengue-kyo, não obstante o que aconteça. Então experimentará a
infinita alegria da Lei” (END, vol. 2, pág. 319). Enquanto sofria, ainda sem
entender, estava lutando contra a rejeição. Fui alertada por uma veterana na
prática que eu estava na condição de coitadinha (sofrendo), que não esquecesse
que estava praticando o budismo de Nitiren Daishonin para ser um “leoa”... Essas
palavras me bateram forte, mas isso só vim saber depois de mais ou menos 7 anos
de prática. Hoje, o que os outros dizem, eu já não entendo como antes ou,
melhor, nem dizem mais, e se dizem não me importa, porque minha atitude mudou e
minha percepção também.
No meu
entusiasmo pela prática, já podia falar de felicidade porque não sentia mais
enxaqueca e a depressão tinha sido substituída por uma dedicação ilimitada
dentro da Soka Gakkai. Meu marido na época, um ano depois da minha conversão
(1995) tornou-se budista. O fato dele se tornar budista, não fez a gente viver
melhor juntos, porém separados. A nossa relação era difícil porque nossas
opiniões não combinavam. A ligação cármica não deixou de existir, afinal
tínhamos 3 filhos.
Já não
pensava em mais uns anos de vida, comecei a me sentir como uma adolescente com
muitos projetos para mim e para meus filhos. Embora meu marido nunca
compreendesse a minha posição.
Com daimoku
e a certeza de que estava fazendo causas positivas para ter uma vida melhor,
imigrei para os Estados Unidos. Pelo menos, sabia da valorização e respeito ao
trabalho, policiamento, justiça, segurança, escola e ajudas do governo... Além
de não sentir a discriminação pela idade. Venci a censura e maus comentários
deixados no Brasil. Mas aqui surgia um novo mundo de esperanças no qual entrei
com um dos Princípios Budistas “Determinação, Oração e Ação”. Sofri todo tipo de
adaptação e tudo era muito difícil porque estava sozinha com três filhos de 14,
13 e 10 anos. Vim com muito pouco dinheiro e enfrentando as diferenças
culturais. Não conhecia ninguém. A família soka foram meus primeiros amigos. Uma
amiga da internet foi meu primeiro contato. Mas eu cheguei. Quando tudo não
parecia mais um sonho era uma responsabilidade enorme. Muitas vezes fui ameaçada
pelo medo de não dar conta do que me propunha. Então, orava diante do Gohonzon
até mesmo chorando, porque estava difícil. Só não fracassei porque o daimoku me
proporcionava a coragem de seguir em frente e a responsabilidade de contar minha
vida vitoriosa evidenciando a força do Gohonzon, pulsava forte constantemente em
mim. Eu tinha lido o Pres. Ikeda dizer, “Ore até que seu semblante mude” e eu o
fazia, por muitas e muitas vezes. Com muita alegria, meu apartamento era cedido
para reuniões. Chegamos a ter 9 Gohonzons no condomínio onde morava. Era algo
fantástico, isso era o maior incentivo para continuar na minha luta, eu via
progresso.
O pai dos
meus filhos um ano depois chegou para visitá-los e resolveu morar aqui também. A
prática permitiu aprimorar minhas qualidades e tirar do meu coração qualquer
tipo de sentimento mesquinho que pudesse atrapalhar minha felicidade com relação
a um ex-marido e ou qualquer outra pessoa.
Passados 2
anos desde minha chegada a Miami, já estava morando em um lugar privilegiado.
Meus filhos tinham muitos amigos e tive o cuidado de conversar com eles a
respeito de drogas e “más companhias” (eu ainda não entendia que tudo em volta é
reflexo de nós mesmos). Mas eles tinham uma boa formação, eu confiava neles. Meu
filho do meio poderia ser o melhor exemplo, sempre obediente e certinho.
Estávamos felizes. Fizemos boas reuniões lá em casa, pudemos usufruir de uma boa
vida, até casei pela segunda vez. Mas o carma se manifesta na hora certa em seu
devido lugar com as devidas pessoas. Tive a boa sorte de encontrar um bom
marido, disposto a me ajudar até que, com dois meses de casada, um dia recebi um
telefonema da escola dizendo para ir buscar meu filho (o do meio) porque estava
fumando maconha. Fui à escola porque ele estava para ser expulso e descobri que
o número de faltas já fazia ele perder o ano. O problema é que fumava muito, o
dia todo e à noite também. Chegou a me contar que seus amigos usavam todas as
drogas além do álcool.
Num certo
dia, agressivo porque não o deixei sair, tive que mandá-lo morar numa ilha da
Georgia com o pai, que sempre dizia que eu não estava sabendo criar meus filhos.
Dias depois meu filho ligou chorando e suplicando disse, “mãe, por quê você fez
isso comigo? Estou muito só, meu pai está sempre trabalhando, não me abandone
mãe, deixe-me voltar para Miami ou venha morar comigo...”. E eu sofria junto com
ele. Essa situação passou a ser minha rotina. Sentia-me culpada, confusa e
incompetente.
Fomos até a
Georgia para conhecer o lugar e ficar com ele alguns dias. Ele saiu para a
escola e a polícia ligou dizendo que o encontraram numa casa comprando drogas.
Resolvemos
então mudar para lá.
Morávamos 4
em um pequeno quarto do hotel onde trabalhávamos. Enquanto o filho mais velho
morava e trabalhava junto com o pai em outro hotel da mesma ilha. O sofrimento
se estendia porque incontáveis dias e noites depois de muito trabalho como
camareira, cansada, continuava vendo meu filho diariamente fumando maconha. Ele
somente saía para a escola e trabalhava muito. Resolvemos então ir morar em um
apartamento na cidade fora da ilha pretendendo ter uma vida com mais conforto.
Chegando em Brunswick (a tal cidade) as coisas pareciam melhores porque ele, com
16 anos, já tinha comprado um carro para ir trabalhar e foi promovido da
lavanderia para a recepção do hotel. Um dia fez reserva, para ele mesmo, de
alguns dos duplex do hotel e deu uma festa (com bebida, claro) para a turma da
escola. O hotel não sabia de seus planos. Foi demitido. Muito carismático, logo
conseguiu trabalho em uma loja no shopping da cidade. Disse que a partir dai
tinha deixado de fumar maconha. Mas passou a beber. Deixou de estudar e tinha
uma vida de trabalho e farras.
Muitas
vezes, nas noites geladas do inverno, saí a procurá-lo pelas ruas e até parei a
polícia para perguntar como poderia encontrar meu filho. Sabia que ele estaria
fazendo alguma coisa pondo em risco à sua própria vida. Parecia uma criança
inocente sem ter medo do perigo. E pela madrugada quando ele chegava tombando,
às vezes até trazendo um sanduíche pra mim porque sabia que estava esperando ele
chegar, totalmente embriagado, eu desconhecia aquele menino que antes era tão
diferente. Tinha medo que ele fosse pego dirigindo alcoolizado ou portando
drogas e tivesse um prontuário policial porque tínhamos o processo na imigração.
Ele sabia que se isso acontecesse poderia não mais receber a residência
americana e certamente seria deportado. Mas foi inevitável. Até o dia de ir
perante o juiz ele orou Daimoku e fez Gongyo por iniciativa própria. Percebi que
ele estava com medo. Chegamos lá, seu prontuário policial estava indo para o
computador. Chorei aflita para que o Juizado não enviasse seu prontuário. E como
as funções protetoras evidenciavam o poder do Daimoku, finalmente, o caso dele
foi suspenso.
Na cidade
não havia uma Comunidade da SGI, eu somente praticava em casa. Tinha um pequeno
número de brasileiros com os quais podia falar no meu idioma. Participava do
Grupo do Sandro (budismosgi@yahoogrupos.com.br)pela internet, era a reunião que
eu estava presente. Trabalhava limpando apartamentos desocupados de condomínios.
Estava com um problema sério de infecção que não tinha cura. A cara de
sofrimento se agravava em meu semblante. Chorava sem saber como sair daquela
situação, sempre orando para encontrar a sabedoria para transformá-la. Mas a
minha condição interior (meu carma) somente permitia viver aquela vida. Sentia
pena de meu filho e de mim mesma. Isso atrapalhava minha evolução, mas de
qualquer maneira ela ainda estava em processo. Todos éramos vítimas da situação.
Mas alguém tinha que mudá-la. Por isso, nunca deixei de orar Daimoku e estudar
as Escrituras Budistas.
Fui a uma
conferência em português no FNCC, na Florida. Procurei orientação com o Greg
Martin (vice-pres. SGI-USA) contando minha estória e ele disse, “Mas eu também
usei drogas e hoje estou aqui... O seu problema está em se sentir com o direito
de conduzir a vida dele. Seu filho tem um carma e você não vai ajudar em nada
com esse sofrimento. O que você tinha que fazer já fez, ele não é mais
criança...”. E saí chorando, dizendo para mim mesma, “ele não me entende, ele
diz isso porque não é o filho dele...”.
No grupo do
Sandro, a Silvia Soares sempre foi atenciosa, ela e o marido falaram comigo por
telefone dizendo que procurasse um grupo de apoio aos amigos e familiares de
quem usa drogas. Encontrei um grupo na internet. Não podia ir às reuniões por
não falar inglês. Essa barreira me perseguia e também era muito sofrida. No
alanonportugues@yahoogrupos.com.br se falava de “desligamento emocional”. Tive a
atenção das companheiras que se ajudavam umas às outras com outras palavras
dizendo exatamente o que o Greg Martin tinha me falado. Comecei a trabalhar essa
idéia e já me sentia melhor. Um psicólogo do grupo “drogas“ (yahoo) me ajudou
muito, também com orientações no mesmo sentido.
Planejei
fazer o curso para tirar a licensa (exigida aqui nos Estados Unidos) e poder
trabalhar com estética facial, a profissão que amo e faço há 26 anos. Depois
iria estudar inglês rigorosamente. Determinei diante do Gohonzon falar inglês
ainda naquele ano (2005).
Estava em
Miami, estudando. Um dia recebi um telefonema da administradora do condomínio
onde morava, em Brunswick (GA), dizendo que meu filho do meio em uma semana
tinha dado 3 festas no apartamento e na noite anterior a policia tinha levado os
adolescentes embriagados presos. Peguei o carro e orando Daimoku viajei por 6
horas seguidas até lá para conversar com ele. Tomada por uma grande benevolência
e sabedoria fui de encontro a um momento decisivo. Agora era um coração de
esperança, de forca e coragem, um coração de mãe que apoiava sem medo e sem
cobrança. Mencionei o quanto ele era inteligente e importante para ele mesmo e
para a humanidade. Que seus valores existiam assim como os bons princípios e
caráter. Que nunca é tarde para se tomar uma decisão e mudar. Lembrei-lhe da Lei
de Causa e Efeito, que quando ele era pequeno me acompanhava nas atividades,
sempre orando por um futuro brilhante... E ele chorou muito. Abraçou-me pedindo
perdão... Meu filho estava vivo. Mais uma vez, não poderia ser a coitadinha,
tinha o Nam-myoho-rengue-kyo para poder transformar minha vida. Teria que
lembrar que pratico para ser uma leoa. Então dei a responsabilidade de seu
futuro a ele mesmo. Deixei bem claro com muita brandura o que o amor pode fazer
quando é usado com sinceridade, coragem e ação.
Voltei para
Miami com a esperança de refazer minha vida e reconquistar meu espaço.
Ele arranjou
uma namorada muito bonita e boa menina da mesma idade dele, e foram morar
juntos.
Finalmente
percebi que a infecção não existia mais, depois de quase 2 anos tomando
antibióticos.
Tirei minha
licensa. Estudei inglês por 6 meses e trabalhei em um salão de beleza famoso.
Finalmente recebemos o Green Card. Fui ao Brasil depois de 5 anos e pude
investir em meu novo visual. Fiz tudo o que tinha direito para elevar minha
auto-estima. Por sua vez, quando meu filho recebeu o Green Card dele, ligou para
mim dizendo “Mãe: já estou na ARMY (exército americano)”.
Várias
razões o levaram a tomar essa decisão, mas na hora de assinar o contrato, ligou
para mim dizendo, “estou quase desistindo mãe, no contrato não consta o que eles
prometeram exatamente, o que eu faço?”. Respondi que orasse Daimoku para ter
sabedoria para decidir o seu futuro, ele disse “Faz 24 horas que oro, desde que
cheguei aqui, por favor mãe, me diga, eu vou ou não?”... E pensei, tinha dito
pra ele que somente ele decidiria sua vida, não poderia interferir tomando
decisões por ele, ele tinha orado e eu também. Então disse-lhe para que fizesse
o que seu coração pedia. Hesitou por um momento e disse, “já que cheguei até
aqui, vou em frente“.
Meses depois
fui visitá-lo no Colorado e me deu uma foto onde escreveu: “mãe, hoje eu sou
feliz, obrigado. Te amo”.
Meu filho
seguiu para o Iraque como soldado de infantaria. Chegou a ser um dos melhores em
luta e em corrida. Sempre disse não ter medo porque estava preparado também
psicologicamente. Deseja chegar no Serviço de Missões Especiais deste país ou
Serviço de Inteligência. Encara esse trabalho como um importante degrau para
chegar onde quer. É uma opção dele, afinal, ele está onde precisa estar.
Enquanto
tudo relatado acima ocorria, meu filho mais novo escrevia (filmes, comerciais e
outros). Com seus scripts chegou a ganhar o primeiro lugar em festivais,
premiado e remunerado. Iniciando portanto sua carreira de cineasta aos 15 anos.
Aqui neste país tem se desenvolvido muito e, sem duvida realizará seus sonhos.
Meu segundo
casamento se desfez e nem por isso sinto-me uma fracassada em relacionamentos,
pelo contrário. Sinto que passei por tudo que precisaria para chegar onde estou
e poder continuar ajudando às pessoas.
Tive a
oportunidade de transferir-me pelo trabalho para New York e cheguei aqui
decidida a falar inglês (ainda em 2005). Tudo de Miami ficou em Miami. Minha
vida está em uma outra fase.
Pude
erradicar das profundezas do meu ser o que hoje entendo por “Avareza, Ira e
Estupidez“. Confortavelmente ocupo meus pensamentos somente pelo que vale a
pena.
Aprendi que
cada pessoa é possuidora de qualidades e defeitos. Cada pessoa merece todo
respeito por sua existência, seja ela como for. Que suas dificuldades e
problemas são seus e é possuidora do seu próprio carma. Assim como eu.
O que está
fora de mim, está fora mim. E o que está dentro de mim é o que faz eu ser a
pessoa que sou.
O Budismo de
Nitiren Daishonin me ensinou também que a escuridão fundamental (ignorância) é a
causa do sofrimento.
No momento
que deixamos de responsabilizar os outros e deixamos de buscar ajuda fora,
podemos dominar nossa própria vida. Realmente, podemos ter a vida que queremos.
O pai dos
meus filhos é o meu grande amigo aqui. É um pai carinhoso, presente e ajudando
como pode.
Meu segundo
marido se tornou budista e tem a minha consideracao. Tambem me dou bem com sua
atual esposa.
Como sou
grata por essa prática maravilhosa!!!!
A partir da
minha transformação interior, hoje me sinto mais do que normal. Em harmonia com
as coisas boas da vida e entendendo que as ruins também fazem parte. Nunca mais
permitirei o sofrimento, porque sinto que sou digna de toda a felicidade do
mundo! Sou realizada, amada, livre. Tenho uma vida sem nenhum tipo de privação.
As coisas boas acontecem com abundância constantemente. Posso falar inglês e
viajar pelo mundo. Além de saber que meus três filhos já estão encaminhados na
vida para terem um futuro brilhante, assim como eles desejam.
Não me
importo se alguém não gosta de mim. Gosto de todos porque posso compreendê-los.
Nutrir qualquer sentimento que não seja relacionado à felicidade vai fazer mal à
minha saúde mental e física. Não me sinto obrigada a viver, eu quero viver!!!
Meus
objetivos para 10 anos foram todos concretizados em 5 anos com muitas outras
realizações.
O tempo e um
forte aliado para nossas realizações.
Obrigada a
todos vocês pela oportunidade de me fazer lembrar que Carma é Missão e poder
compartilhar minha experiência com vocês. Meus devidos agradecimentos ao Pres.
Ikeda pela sua dedicação e incentivos na luta pelo desenvolvimento da nossa
organização, a Soka Gakkai Internacional.
Rizalva
Friedrichs -
rizalva@hotmail.com
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