Relato de Experiência
Fabiano Isoppo
Meu nome é
Fabiano Isoppo, tenho 32 anos, desde a minha infância questionava "o porquê?"
das coisas, tinha harmonia familiar, condição financeira era limitada mas não
passava necessidade, tinha uma boa relação com as pessoas em qualquer ambiente!
Meu pai era
vendedor viajante, tendo contato com ele apenas em dois finais de semana por
mês, minha mãe trabalhava como vendedora de semi-jóias e cuidava da casa.
Lembro que
observava a minha vida e a vida das outras pessoas e indagava o porque das
diferenças tão brutais que existia na sociedade, eu ficava bravo por não ter uma
condição melhor para poder estudar em escolas melhores, fazer cursos, praticar
esportes como natação, ser escoteiro, brincar com jogos e vídeo games de ultima
geração e etc... ou seja viver e não sobreviver, e observava que alguns tinham
muito e a grande maioria tinha bem menos que eu, as vezes nem o básico do
básico!
Me lembro uma
vez passando em frente a Vila Pinto (favela aqui em Curitiba na época) e estava
chovendo muito forte e vi uma moça e um piá (menino) tomando banho na bica feita
do telhado do seu barraco, aquela cena me marcou profundamente! Naquele mesmo
dia fui ao Hipermercado Jumbo (hoje Extra) e vi uma família comprando
bicicletas, 2 carrinhos cheios de comida e a criança menor fazendo escândalo
porque a mãe não queria levar mais brinquedos. Contraste total!!
Lembro da 1° vez
que vi uma pessoa morta, foi uma vizinha , era mãe de um amigo, eu tinha 4 anos
e me lembro até hoje daquela cena onde a vi deitada na cama com as mão sobre o
ventre e estava coberta com um tulê preto! Muito Bizarro!
Não entendia
porque os adultos tratavam uns com indiferença e outros com mais carinho.
Não entendia
enfim muuuuitas coisas e sempre quis saber o porque de tudo isso. Então comecei,
mesmo criança a perguntar as pessoas e elas não me respondiam de maneira clara
sobre nada. Diziam que era assim e pronto ou porque não sabiam e de que não
adiantava questionar!
Comecei a ter
aulas de religião no Colégio Nossa Senhora Menina, me dediquei 100% pois senti
que dali sairiam as respostas que eu precisava pra minha vida, fui o melhor
aluno do Colégio, adorava saber as histórias de Jesus, do Velho Testamento e
etc...
Entrei na
catequese e fiz o mesmo, questionava sobre os aspectos da vida e da morte!
Nunca fui
respondido! Sofria muuuuito! Mas muuuito mesmo! Quando comecei a estudar no
Colegio Estadual do Paraná em 86, tinha 12 anos e aí comecei a ter que me virar
sozinho, aprendi a pegar ônibus sozinho, sobreviver no meio da piasada e dos
marmanjos, a ter que correr perigo e do perigo e etc...
Mas como já não
achava respostas nas religiões que tive acesso como a católica, evangélica,
candomblé, espírita, mesa branca e por aí vai, comecei a ir nas livrarias,
bibliotecas, cebos e me interessei por fenômenos extra terrenos, paranoramais...
Então, nas
noites estreladas eu cansei de ficar olhando o céu! O firmamento! E torcia para
que as respostas viessem até mim, ex: torcia pra que aparecesse "Discos
Voadores" e me levasse para conhecer o porque da vida e da morte! Conhecer o
Universo! Mas não conseguia compreender a vida e seus fenômenos básicos que me
faziam sofrer.
No final de 87,
minha mãe e meu pai aproveitaram o feriadão de 7 de setembro para fazer compra
de semi-jóias em SP e o objetivo da minha mãe era com o lucro das vendas comprar
um micro computador para mim. Eu queria ter ido junto conhecer SP, mas eles não
me deixaram, fiquei muuuito bravo e nem me despedi direito deles, isso era numa
véspera de feriadão!
Pela manhã,
perto do meio dia, apareceu lá em casa os meus tios Hélio e Maria, estranhei,
pois meu tio nunca saia de casa pra ir visitar alguém, então perguntei a eles o
porque daquela visita inesperada, eles então agindo de forma estranha me
convidaram pra sair e ir buscar minha irmã no colégio (Instituto de Educação).
No caminho eles me contaram que meus pais haviam sofrido um acidente , mas que
estava tudo bem.
Nos direcionamos
ao hospital Angelina Caron em Campina Grande do Sul (Grande Curitiba), chegando
lá, entramos e fomos direto a UTI e pude ver pela janela muita gente ferida ,
mas meus pais eu não pude vê-los pois a situação era muito grave. Lembro de ter
passado mal e vomitado bastante, pois tinha acabado de almoçar, quase desmaiei,
deitei no sofá e fiquei pensando sobre tudo aquilo que estava acontecendo. Minha
irmã abriu um berreiro mas eu não expressei mais nada, fiquei parado olhando pro
infinito refletindo mais uma vez todas estas questões relativas ao sofrimento
humano.
Pra encurtar a
história, minha mãe ficou 72 horas em observação e acabou falecendo e depois eu
te conto como foi este longos 3 dias de espera, angústia e o que aconteceu no
velório!
Um ano depois
conheci o amigo de um amigo meu e ele me convidou para ir numa reunião do
budismo! Eu disse que não!!!! Eu queria alguma coisa ligada ao cristianismo!
Porque eu não queria trair Deus e nem Jesus, ele insistiu .. Eu disse ao meu
novo amigo Marcelo que deveria convidar os amigos mais antigos dele, pois ele
tinha acabado de me conhecer, ele disse que tinha convidado todos e que todos
tinha confirmado a presença. Mas ele insistiu mesmo assim porque ele como era
novo na Soka Gakkai, tinha prometido aos dirigentes que levaria vários
convidados na reunião para conhecer. Pois era época de convenção e precisa levar
um numero considerável de pessoas. Foi a famosa campanha dos 5 mil em 1988 aqui
em Curitiba!
Eu fui na
reunião bravo, mas fui com o sentimento de fazer perguntas sem respostas e que
eu conseguiria deixar os dirigentes budistas de calça curta! E então salvaria
meu amigo daquela roubada. Imaginei que iriam profissionais religiosos
japoneses, monges carecas, pois é! Rs.. Não foi ninguém de convidado na reunião,
somente eu, pois fui por consideração pura e para minha decepção apareceu lá um
carro fiat 147 Pick-up velho de uma oficina mecânica e desceram do carro dois
rapazes, um deles se chamava Mahomed e o outro Robson!
Pensei na hora,
-Vixe! Estes caras é que entendem sobre a vida e a morte! Estão ferrados na
minha mão! Coitados! Quem são eles para me ensinarem sobre a vida!
Começou o
diálogo e comecei a perguntar sem medo...
Depois de ter os
questionado com perguntas cabeludas, eles me responderam como muita naturalidade
e com perfeição e senti que tudo aquilo que eu empiricamente tinha descoberto
com minhas próprias observações e vivência estavam coincidindo com a filosofia
naquele momento me apresentado. Me empolguei! E ainda eles me disseram que tinha
mais, que eu poderia transformar todas as causas negativas do passado e ser
feliz já, neste instante e fazer uma Revolução Humana em minha vida e poder
assim conquistar todos os tesouros da vida recitando o NAM-MYO-RRO-REN-GUÊ-KYÔ!!!
Comecei naquele
mesmo instante a praticar esta filosofia Excepcional!!! Iniciando a recitação do
(Daimoku - o NAM-MYO-RRO-REN-GUÊ-KYÔ), me agarrei com profunda dedicação, pois
tinha ficado impressionado não só com as palavras que tinha ouvido, mas
principalmente em ter observado seus comportamentos de pessoas comuns, leigos,
que não eram profissionais religiosos e não me julgaram em nenhum momento a
minha condição de vida, e vi depois em outras atividades que os membros não
ficavam reparando as vestimentas das pessoas, posição social, e ... Eu sentia
que eles realmente se preocupavam em ver eu feliz e as outras pessoas felizes!
Comecei a
devorar os jornais, revistas e livros, pois tinha muuuita sede em aprender a
viver!!!
Me falaram do
Presidente Ikeda! Não senti nada no início, mas depois fui compreendendo o
significado dele na vida das pessoas e na vida da humanidade! Que ser humano
fantástico!!! Quantos seres humanos fantásticos ele está criando!!!
(Meu pai, um
cara que só tem a 4° série, e que não é versado, regulamente me dizia que o mais
importante na vida é ter uma pessoa como exemplo para poder seguir, era muito
importante ter um adulto que fosse meu referencial. Agradeço sempre meu pai
sobre esta orientação maravilhosa! Outro dia um pai de um grande amigo meu o
Cristian me disse que o mais importante na vida é a relação entre professor e
aluno! Quão afortunado sou em ter um Mestre Maravilhoso já a partir dos 14 anos
de idade!)
Na época meus
familiares e amigos me criticaram veementemente a escolha que fiz em praticar o
budismo e alguns afastaram-se e ficaram esperando o dia em que eu fosse desistir
desta loucura. Fui tachado de várias coisas, mas hoje, quando a situação aperta
feio na família ou com os amigos, eles vem me procurar para responder e ajudar a
resolver os problemas e fico muito contente em poder ajudá-los! Fico muito
contente em poder ajudá-los a qualquer momento!
Meu objetivo em
gratidão a este grande benefício de ter podido conhecer uma filosofia que
explica tudo sobre a vida e a morte! É de levar, ensinar ao maior numero de
pessoas possível!
Nitiren
Daishonin escreveu: Recite o Nam-myoho-rengue-kyo decididamente e peça aos
outros que façam o mesmo; isso permanecerá como a única lembrança de sua
presente existência neste mundo humano. Os esforços que empreendemos em prol do
Kossen-rufu e somente eles serão as melhores lembranças que teremos desta
existência.
Para encerrar
gostaria de dizer que não me tornei budista por ter algum problema grave de
doença, de desarmonia familiar, financeiro, de relacionamento, o que eu queria
saber mesmo o que é correto e como ser correto!
Tenho um parente que disse assim: Se Deus e Jesus existem eles devem estar
contentes com o Fabiano, pois ele atua realmente em prol da Paz e da felicidade
das pessoas!! Pois a filosofia budista nunca na história matou ninguém em prol
da religião!!
Termino lendo
uma orientação do Mestre dos Mestres chamado Daisaku Ikeda!!!
O famoso
escritor francês Albert Camus (1913-1960) escreveu: "Num mundo em que a pobreza
e o absurdo fazem com que tantas pessoas percam sua humanidade, salvar uma única
[pessoa] significa salvar a si próprio e também uma pequena parte do futuro da
humanidade pelo qual todos nós ansiamos". IKEDA Sensei completa! Ao conduzir
outra pessoa à felicidade, estamos conduzindo a nós próprios à felicidade. Esta
é nossa prática de apresentar outras pessoas ao Budismo de Nitiren Daishonin.
Com esses esforços para compartilhar o budismo com os outros, podemos crescer
imensamente, realizar a revolução humana e transformar o carma. Essa é a
grandiosidade do budismo. O ato de apresentar outras pessoas ao budismo, que nos
capacita a beneficiar profundamente a nós próprios e aos outros, é a fórmula da
esperança para a humanidade.
Por isso renovo minha decisão em me dedicar 100 vezes mais em prol da extinção
da miséria da face da terra!!!
Muuuuuito
Obrigado!
Fabiano Isoppo -
fisoppo@yahoo.com.br
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