Participei do grupo Herdeiro e na
divisão das moças, onde tive a oportunidade de participar de dois festivais em 1988 e
1990. Também pude atuar como responsável de comunidade da divisão das moças.
Em 1991, tive a oportunidade de
realizar um sonho de criança: vir ao Japão. Como era menor de idade (17 anos) somente
poderia vir acompanhada por um responsável. Então, pedi à uma família conhecida que
estava vindo trabalhar no Japão, se poderia ir junto. Desta forma, desembarquei aqui no
mês de março de 1991, com um contrato de trabalho firmado no Brasil.
Após seis meses de trabalho, sofri um
acidente na fábrica onde trabalhava. Estava indo levar algumas peças para o pátio
externo, quando vi uma pessoa acenando para mim. Ela tentava me avisar de algo e de
repente, fui jogada ao chão. Tinha sido um caminhão que entrara de ré e como eu estava
de costas e tinha me esquecido de tirar os tampões de ouvido, não percebe e nem ouvi
nada.
Quando dei por mim, já estava debaixo
do caminhão, de barriga para baixo e entre as duas rodas traseiras. Eu gritava e recitava
o daimoku, enquanto o veículo com mais de seis toneladas estava em movimento por cima de
mim. Para surpresa de todos, saí de baixo intacta e somente tive alguns arranhões. Fui
levada às pressas de ambulância para o hospital e felizmente não sofri nenhuma lesão.
Fiquei em repouso durante um mês,
usando um colete para a coluna e implastos por muito tempo. Na mesma semana, quando saía
do banho, já no corredor, acabei escorregando e caí de costas, batendo a cabeça e a
coluna que já estava machucada devido ao acidente.
Depois de algum tempo, percebi que o
osso da coluna vertebral ficou um pouco saliente. Em 1995, quando retornei ao Brasil, fui
ao ortopedista e falei sobre o acidente. O médico pediu algumas radiografias e depois de
vê-las, disse a minha mãe: "Sua filha nasceu de novo! Um milagre! Ela poderia ter
ficado paraplégica, sem os movimentos das pernas e dos braços. Realmente, senti a
proteção que temos através de um constante prática.
Em 1991, havia conhecido um rapaz e
começamos a namorar. Como eu morava sozinha no alojamento e não havia muitas mulheres,
fui convidada pelos pais do meu namorado a morar junto com toda a família. Foi ótimo,
pois não me sentia mais sozinha.
Fiquei num quarto junto com a irmã
dele, que já havia conhecido a prática da fé. Então, podia fazer as minhas orações
tranquilamente, mesmo sem ter o Gohonzon. Mas, aos poucos, fui percebendo que a minha
futura sogra era contra a Soka Gakkai. O motivo,era que ela havia conhecido alguns
praticantes que agiram além do bom senso e causaram transtornos devido a este
comportamento.
Nesta hora eu pensei: "Que azar!
Mas, vou mostrar que cada pessoa tem o seu caráter e somente aquela que está seguindo
corretamente as orientações do presidente Ikeda e os ensinos de Nitiren Daishonin,
cientes da lei da causa e efeito e que podem ser chamados de verdadeiros praticantes
!"
Ela até chegou a pedir para o meu
namorado para nunca se tornar um membro da Soka Gakkai. Mesmo assim, eu continuava a minha
prática, ía nas reuniões e meu namorado sempre me acompanhava. Em 1996, nos casamos no
Brasil e nesta ocasião, a minha mãe pediu para que ele nunca me proibisse de participar
nas atividades e de fazer a minha prática.
Em setembro de 1998, eu decidi receber
o Gohonzon. Falei com o responsável da comunidade japonesa que me informou sobre a
rigorosidade de se conceder o Gohonzon para estrangeiros no Japão. Decidida, continuei me
empenhando com a certeza de obter um resposta positiva. Em janeiro de 1999, fui comunicada
que receberia o Gohonzon no mês seguinte.
Fiquei muito feliz e no dia 28 de
fevereiro participei de uma cerimônia muito bonita com mais de 30 pessoas que iriam se
converter também. O que me deixou muito feliz foi que o meu marido esteve presente comigo
em todos os instantes.
Hoje, tenho a boa sorte de ter um
marido compreensivo que me leva nas reuniões e até me cobra quando falho nas orações.
Agradeço também a sra. Maeda pela constante ajuda e todos os companheiros. Muito
Obrigada!