Duas maneiras de tocar um tambor


Era uma vez um baterista que vivia numa pequena vila do campo, e que um dia ouviu dizer que haveria uma feira na cidade de Benares. Decidiu ir até lá e ganhar algum dinheiro tocando seu tambor. Levou seu filho junto para acompanhá-lo quando precisasse tocar música escrita para dois conjuntos de tambores.

Os dois bateristas, pai e filho, foram então para a Feira de Benares e fizeram muito sucesso, todos gostaram da forma como eles tocavam e lhes pagaram generosamente, quando a feira acabou eles começaram sua viagem de volta para a pequena vila onde moravam.

No caminho eles tiveram de atravessar uma escura floresta, que era muito perigosa por causa dos assaltantes que roubavam os viajantes, o filho baterista, querendo proteger seu pai e a si próprio dos assaltantes, resolveu tocar seu tambor o mais alto possível, sem parar. "Quanto mais barulho, melhor!", ele pensou.

O pai baterista chamou seu filho a parte, e lhe explicou que quando um grande número de pessoas passa, especialmente uma procissão real, eles tinham o hábito de tocar os tambores. Faziam isto em intervalos regulares, de uma forma muito digna, sem temer ninguém. Poderiam fazer rufar os tambores, permanecer em silêncio, depois tocar novamente com um floreado, e assim por diante. Falou a seu filho para assim proceder, de modo que os assaltantes pensassem que havia um poderoso senhor passando por ali.

 

 

Porém o filho ignorou o conselho do pai. Ele achava que sabia mais. "Quanto mais barulho, melhor!", ele pensou.

Enquanto isto, uma gang de assaltantes ouviu o tocar do tambor do garoto, a princípio, eles pensaram se tratar de um poderoso e rico homem se aproximando com seus fortes seguranças, contudo continuaram a ouvir o som do tambor num estilo agressivo, sem parar. Então entenderam que aquilo soava meio desvairado, como um pequeno cachorro amedrontado latindo para um grande cachorro calmo.

Então, foram investigar e encontraram apenas um pai e seu filho. Bateram neles, roubaram todo o seu dinheiro arduamente ganho, e escaparam dentro da floresta.

Moral da história: O exagero conduz à ruína.

A tradução deste texto é uma preciosa colaboração de 
Teresinha Medeiros dos Santos - Felppondd@aol.com 
Com ilustração de Sandro Neto Ribeiro contato@maisbelashistoriasbudistas.com 
Referências  bibliográficas


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