A tartaruga de um olho só


Nas profundezas do oceano vivia uma vez uma tartaruga de um olho só, que não tinha as pernas e não podia nadar bem. Ademais, seu estômago era quente como ferro em brasa e suas costas frias como gelo. Assim a tartaruga sempre dizia consigo mesma: "Ah! Como gostaria de refrescar meu estômago que é tão quente e aquecer minhas costas que são tão frias."

A única maneira de realizar seu desejo seria a tartaruga poder flutuar na superfície da água e se deitar sobre a cavidade de um tronco de sândalo, para que o sândalo pudesse refrescar seu estômago e o sol pudesse aquecer suas costas. Este, porém, era um desejo muito difícil de realizar. Ela poderia flutuar uma vez a cada 1000 anos e, mesmo que pudesse, fracassaria em encontrar o tronco de sândalo apropriado para seu tamanho, e, o mais difícil, subir nele sendo que não tinha pernas.

Aqui, o tronco de sândalo indica a Lei Mística exposta pelo Buda, o oceano mostra o mundo atual cheio de sofrimentos e a tartaruga de um olho só pode ser comparada às pessoas comuns.

Ausência de pernas simboliza a pessoa sem boa sorte, o estômago quente mostra Ira e as costas frias, Fome. Viver no fundo do mar por mil anos significa a pessoa viver muito nas três condições inferiores (inferno, ira e animalidade) e vencê-las para poder ser feliz.


(extraída da Revista Terceira Civilização de abril/76)
Preciosa colaboração de Daisy  Lúcia Ferreira de Moraes
São Paulo

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